"Não abandonar nem por uma hora sequer o trabalho legal. Não acreditar nem um só instante em ilusões constitucionais e «pacíficas». Criar imediatamente em toda a parte e em tudo organizações ou células ilegais para publicar folhetos, etc. Reorganizar-se imediatamente, disciplinada e firmemente em toda a linha."

Lênin em "A situação política"

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Fujimori retorna ao banco dos réus no Peru

Fujimori retorna ao banco dos réus no Peru

O ex-presidente Alberto Fujimori, 71, que governou o Peru entre 1990 e 2000, retornou ontem ao banco dos réus para enfrentar um quarto julgamento, desta vez acusado de espionagem telefônica, suborno a congressistas e compra ilegal de meios de comunicação. A sessão começou às 9h (11h no horário de Brasília), em uma delegacia a leste de Lima.
Extraditado do Chile em setembro de 2007, Fujimori já foi condenado a 25 anos de prisão por violar os direitos humanos e ordenar sequestros. O primeiro caso de violação ocorreu no distrito de Barrios Altos, em 1991. O suposto grupo de extermínio liderado pelo presidente, chamado de Colina, invadiu um churrasco e matou a tiros 15 pessoas, inclusive crianças. Mais tarde, investigações revelaram que o Colina queria matar um grupo de simpatizantes do Sendero Luminoso que estava reunido em outro andar, naquele mesmo prédio.
Outro caso ocorreu sete meses mais tarde, em julho de 1992. Na tentativa de prejudicar o Sendero Luminoso, que realizava ataques quase diariamente, o Colina "desapareceu" com nove estudantes e um professor da Universidade La Cantuta. Fujimori ainda foi considerado culpado pelo sequestros de um empresário e de um jornalista - na época, correspondente do jornal espanhol "El País" no Peru - que, em 1992, criticaram o fechamento do Congresso e dos tribunais peruanos.
Em seu segundo julgamento, o ex-presidente foi condenado a seis anos de prisão por uma revista ilegal realizada na casa da mulher do ex-chefe de Inteligência, Vladimiro Montesinos, em 2000; e, em seu terceiro, a sete anos de prisão por tentar comprar o silêncio do mesmo Montesinos por US$ 15 milhões, também em 2000. No Peru, não há acumulação de penas, e o condenado cumpre apenas a maior.
Fujimori nega todas as acusações e recorre das sentenças, na prisão. Ele disse que os júris são uma tentativa de aniquilar o projeto de seu partido político para as eleições de 2011.

http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=24&noticia=71481